quarta-feira, 30 de março de 2011

Macunaíma - capítulo VIII (Vei, o Sol)

                                            


   Macunaíma ia seguindo e topou com a árvore Volomã bem alta, e cheia de fruta. O herói estava com muita fome. Neste parágrafo percebemos o uso de recursos futuristas, quando o autor enumera as frutas existentes e não utiliza vírgulas. Macunaíma pediu fruta para a árvore, que negou. Então o herói pronunciou algumas palavras mágicas e todas foram para o chão. Irada, Volomã atirou-o pelos pés em uma ilha deserta. Demorou tanto a cair que dormiu durante o percurso, caindo em baixo de uma palmeira, que tinha um urubu que acabou fazendo necessidades em sua cabeça. Mesmo todo sujo, nosso herói representou bem o brasileiro quando examinou tudo ao seu redor, a fim de encontrar dinheiro enterrado e se dar bem, porém nada encontrou.
   A estrela-da-manha passou, e mais tarde a lua, o herói pediu para ser levado aos céus e à ilha de Marajó, mas como fedia muito o máximo que conseguiu foi arrancar delas: -Vá tomar banho!
   Vei, a sol, deu carona para Macunaíma em sua jangada juntamente com suas três filhas e fez as três mimarem o herói. Na verdade, pretendia torná-lo seu genro. A vida de Macunaíma se tornou fácil. Era cafuné, carinhos e músicas. O herói só ria, em plena felicidade.
   Quando finalmente Vei falou que Macunaíma deveria casar com uma de suas filhas, deixou claro que o herói deveria ser fiel. Macunaíma agradeceu e prometeu que sim. Então Vei saiu com as três filhas pra fazer o dia no cerradão. Nem bem elas saíram, Macunaíma ficou cheio de vontade e encontrou uma portuguesa com quem brincou demoradamente. Quando Vei e as filhas chegaram, encontraram o herói dormindo com ela na jangada, se zangou e cancelou o casamento. Resumindo, podemos dizer que Mário de Andrade faz referência às filhas da terra, estabelecendo esta relação em que Macunaíma as despreza e se engraça com uma estrangeira.  Há ainda, referência ao ditado popular que diz: “MUITA SAÚVA, POUCA SAÚDE”.  O autor nos mostra que dentro de uma sociedade agrária, qualquer praga que prejudique a produção passa a prejudicar o povo. A frase em si já é muito clara, através da crítica, se define que os males do Brasil são a falta de acesso do povo à saúde de qualidade e os inimigos da nação, representados pelas saúvas e podendo até estar relacionados aos estrangeiros que ameaçam o futuro do povo brasileiro.
   Em uma noite, uma típica assombração do folclore brasileiro chegou ao local onde dormiam Macunaíma e a portuguesa, com a intenção de engolir o herói, que se livra e em seu lugar a assombração leva a estrangeira. No outro dia Macunaíma não achou mais graça na capital da República. Voltou para São Paulo.


Postado por: Laysa Caroline.

Nenhum comentário:

Postar um comentário